Terra Indígena Yanomami:
Uma conquista histórica

O cheiro da terra

"Os Yanomami são a terra. Vou levar comigo o cheiro daqui, a poesia que está expressa em tudo", reflete Ailton Krenak. Em 25 de maio de 2022 mais de 500 pessoas se reuniram na comunidade Xihopi, na Terra indígena Yanomami, no estado do Amazonas, para celebrar os 30 anos da homologação do território, uma conquista histórica do povo Yanomami. Lideranças locais e aliados históricos como Davi Kopenawa, Krenak, Sidney Possuelo e Joênia Wapichana, entre outros, puderam estar juntos novamente - e traçar estratégias para enfrentar a ameaça do garimpo ilegal. Esse mini-documentário conta como foi esse encontro e registra a união dos povos indígenas em um momento de intenso ataque a seus direitos e territórios em todo o Brasil. Com imagens de Carol Quintanilha e direção de Fred Mauro, o mini-doc é uma realização do Fórum de Lideranças Yanomami e Ye'kuana, com apoio do Instituto Socioambiental.

O futuro é indígena

Lideranças de toda Terra Yanomami. Pajés, mulheres, jovens e crianças. Amigos de uma vida, parentes do Xingu, aliados Kayapó e Munduruku. Os Yanomami e seus parceiros realizaram em maio de 2022 o 3º Fórum de Lideranças Yanomami e Ye’kwana e celebraram a luta de Davi Kopenawa pela conquista histórica da homologação da Terra Yanomami, que completa 30 anos. Esta coleção de fotos, de autoria de Christian Braga, mostra alguns momentos dos dias de reunião, conversa, luta e esperança de todos os Yanomami por uma vida de respeito e paz.

YanomamiYanomamiYanomamiYanomamiYanomamiYanomamiYanomamiYanomamiYanomamiYanomamiYanomamiYanomamiYanomamiYanomamiYanomamiYanomami

Manifesto

Manifesto do 3º Fórum de Lideranças Yanomami e Ye'kwana. Nós estamos continuando a luta dos que garantiram o reconhecimento do território, a nossa vida e a vida da floresta. Depois de 30 anos da demarcação da Terra Indígena Yanomami, nossa Terra voltou a ser invadida. Isso está também acontecendo nas Terras Indígenas de todo o país, devassadas por garimpeiros, madeireiros, fazendeiros. Nossa floresta e nossos rios estão sendo destruídos e contaminados pelo mercúrio. Nossas comunidades estão sendo atingidas pela violência e as lideranças estão ameaçadas. Nossas mulheres estão sendo violentadas e estupradas, nossas crianças estão sendo mortas. O presidente Bolsonaro incentiva a destruição de nossas terras e a violação de nossos direitos, e o governo federal está omisso no cumprimento das suas obrigações constitucionais. Os órgãos de fiscalização, que deveriam nos proteger, estão desestruturados, quando não coniventes com as atividades ilegais que acabam com nossas vidas. Também no Legislativo, querem promover mudanças que atentam contra nossos direitos. Nossa floresta e nossos povos estão adoecendo por responsabilidade do governo federal e dos invasores com fome de riqueza que avançam em nossos territórios. Não podemos admitir que isso continue. Nós povos indígenas queremos viver em paz, com saúde e na floresta viva. Se a floresta acabar, todos nós, indígenas e não-indígenas, vamos morrer. Exigimos que as instituições nacionais atuem e retirem imediatamente os garimpeiros e todos os invasores de nossos territórios e restabeleçam políticas públicas que garantam ações de proteção territorial e façam cumprir o direito à terra originária e ao usufruto exclusivo de nossos territórios como determina a Constituição. É preciso responsabilizar todos aqueles que estão destruindo nossas terras e nossas vidas, como determina a lei. Os países que compram o ouro do Brasil também precisam tomar sua responsabilidade e investigar sua origem, que muitas vezes sai de nossas terras. Ouçam a nossa voz, as realidades que nós povos indígenas estamos vivendo. Convocamos os organismos internacionais para que nos apoiem e pressionem o governo brasileiro para proteger nossas vidas e nossas florestas. Convocamos toda a sociedade a se unir a nós e garantir um futuro para todos.

30 Anos TIY

Realização:

Apoio:

Parceiros:

As comemorações dos 30 anos da Terra Yanomami e o 3° Fórum de Lideranças Yanomami e Yek’wana aconteceram no final de maio na aldeia Xihopi, Estado do Amazonas e contaram com o apoio da Fundação Rainforest da Noruega, Embaixada da Noruega e Global Wildlife Conservation.